quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O USO DE DINÂMICAS


DINÂMICAS são técnicas que visam levar o indivíduo à experiência e reflexão acerca de determinados pensamentos ou sentimentos. As dinâmicas utilizadas no trabalho pastoral visam promover atividades que levem os membros de um grupo a vivenciar certas situações e, consequentemente, levá-los a um aprofundamento de suas atitudes perante as situações reais que são simuladas. Por isso é que, ao usar a expressão "dinamizar o trabalho", quer-se dizer que estamos em busca de atividades novas e mais participativas.
Ao tratar especificamente do que entendemos por "dinâmica" em si, constatamos que, diferentemente das atividades puramente lúdicas, como brincadeiras, jogos e competições, as dinâmicas exigem uma condução e um encerramento que estimulem a pessoa a expressar suas emoções e reações frente àquela experiência e tirar verdadeiras lições de vida. As dinâmicas feitas em grupo ajudam a aprimorar as relações humanas e criar fraternidade. Podem nos levar a uma experiência de Deus em nossas vidas e, ainda, nos ajudar a analisar as causas e conseqüências de certos acontecimentos. O uso de dinâmicas na ajuda, enfim, os indivíduos a se encontrarem consigo mesmos, com Deus e os irmãos e a se sentirem acolhidos e valorizados.
A própria pedagogia de Jesus também fazia uso das experiências concretas como modo de aprendizado. Veja, por exemplo, a negação de Pedro. Apesar de Jesus tê-lo avisado (Jo 13, 36-38) foi preciso que o apóstolo passasse pela situação para que caísse em si (Jo 8, 15-18.25-27). Também no episódio da transfiguração, Jesus não só fala de si e de sua Missão mas se deixa revelar, fazendo com que três de seus discípulos tivessem uma experiência que anteciparia a Ressurreição gloriosa do Senhor (Mt 17, 1-13). Do mesmo modo sensível, agiu em Pentecostes (At 2, 1-4), na conversão de Saulo (At 9, 1-19) e quer assim agir em nossas vidas. Todo ser humano precisa destas experiências concretas, tanto que Jesus deixou a Igreja como sinal visível de sua missão salvífica. A educação para a fé não se realiza apenas com aulas ou palestras, mas principalmente através da vivência, da atividade, da ação. Estas, sim, podem levar mais facilmente a uma constatação da presença de Deus na nossa vida, motivando-nos a um processo de conversão e adesão ao seu projeto de amor.
E nós, que somos Igreja, devemos nos espelhar na mesma metodologia de Jesus que conhecia a queria resgatar o homem por inteiro. Por isso, já nos afirma o Diretório Pastoral de Catequese (nº 4.7): “É importante que o catequista entre em contato com alguns elementos da psicologia e das ciências sociais que facilitarão uma prática mais adequada às condições sociais, culturais e econômicas dos catequizandos.”
A utilização de dinâmicas requer muita alegria e entusiasmo, mas, por possuírem elas um objetivo mais profundo, o trabalho também exige planejamento, pesquisa, profissionalismo, enfim. É fundamental também conscientizar o grupo da importância da participação de todos, que cada membro do grupo se engaje na tarefa para tirar dela vários ensinamentos, percebendo que há um momento para tudo: brincar, cantar, rezar, dançar e conversar mais seriamente. É primordial também, por conseguinte, um domínio do comportamento do grupo por parte do dirigente, agindo com autoridade, não com autoritarismo.
A partir dos objetivos que se deseje alcançar e das reflexões que se queira proporcionar, as dinâmicas podem ser adaptadas e até inventadas pelos dirigentes responsáveis. Procurem psicólogos ou pedagogos da própria Paróquia, ou ainda, membros mais experientes de outras pastorais, pesquise em livros específicos, troque experiências. Mas não esqueça de levar sempre em conta os seguintes fatores:
 Objetivos
 Realidade do grupo (faixa etária, interesses, etc...)
 Disponibilidade de recursos
Não esquecer que as dinâmicas são apenas um dos recursos dos quais dispomos para planejar nossas atividades. Outros exemplos são: vídeos, teatro, música, cartazes, jogos, trabalhos manuais... Lancemos mão de tudo que estiver ao nosso alcance para tornar mais eficaz nossa missão de evangelizar.